Inimigos naturais: Saiba tudo sobre método de controle de pragas

Inimigos naturais são organismos vivos que têm o poder de frear o avanço de pragas. E essa é uma das práticas adotadas pelo manejo integrado de pragas, o MIP. Esse manejo é a metodologia que usa de diferentes tipos de controle, entre eles o biológico (com uso de inimigos naturais), para combater as pragas e doenças.

Os ataque das pragas no setor agrícola costumam causar grandes danos, e que uma das saídas mais tomadas pelos produtores é a do uso de defensivos agrícolas. Mas mesmo os defensivos sendo úteis e eficazes, hoje em dia podemos contar com opções ainda mais econômicas e sustentáveis.

Hoje vamos tratar do MIP, controle biológico e inimigos naturais, como funciona e vantagens de adotá-lo na lavoura. Confira!

Método de controle de pragas, MIP

Pense no manejo integrado de pragas como um grande guarda-chuva. Embaixo dele diversas formas de tentativa de controle, sendo elas: controle biológico, cultural, comportamental, varietal, químico e genético.

Podemos pensar da seguinte maneira: Como no uso de um guarda-chuva enquanto forma de proteção, é preciso que você consiga encaixar e segurar de maneira firme o cabo em suas mãos, certo? Esse é um dos pontos de segurança que irão garantir que você seja amparado e preservado da chuva.

O outro ponto-chave é a firmeza das hastes que sustentam o tecido do guarda-chuva. Hastes fortes também são uma das maneiras de garantia de que essa proteção aconteça sem maiores problemas.

Então, é como se imaginássemos cada um desses pontos como no dia a dia do campo. A firmeza das hastes enquanto a boa escolha dos métodos de controle e a análise do agroecossistema e planejamento prévio como a base em que firmaremos nossas mãos.

E importante lembrar que esses diferentes métodos de controle de praga não significam o fim do uso de defensivos agrícolas, mas sim uma alternativa que busca usar, de forma combinada, mais de um tipo de controle.

O que é controle biológico?

O uso de controle biológico de pragas é um método de controle de pragas, que usa inimigos naturais para combatê-las. O objetivo final é justamente mantê-las a um nível mínimo, para não chegarem a dar grandes prejuízos ao produtor.

O controle biológico apresenta ainda duas subdivisões:

  1. Controle biológico natural;
  2. Controle biológico aplicado.

1. Controle biológico natural

Esse tipo de controle diz respeito aos inimigos que já estão presentes habitualmente nas lavouras e são predadores das pragas. Segundo cartilha da Embrapa[1], Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, alguns deles são:

  • Tesourinhas: predadores de pulgões, ocos, lagartas e moscas-brancas;
  • Crisopídeos: se alimentam de ácaros, insetos menores e piolhos-das-plantas;
  • Moscas asilídeas: consomem larvas, ovos e demais insetos moles;
  • Vespas: predadores de percevejos, vaquinha verde e lagartas.

A cartilha também pontua percevejos, formigas, aranhas, joaninhas e besouros carabídeos como potenciais para controle de pragas!

2. Controle biológico aplicado

Já no controle biológico aplicado, ocorre uma seleção e cultivo de determinados parasitas para serem colocados com o intuito de agir sobre as pragas. O objetivo é então transformar as pragas em um hospedeiro, causando sua morte.

Ainda segundo Embrapa, os parasitas mais usados são:

  • Moscas parasitóides;
  • Vespas parasitóides.

Em geral, eles parasitam lagartas, besouros, ovos, mariposas e pulgões.

5 vantagens do controle de pragas utilizando inimigos naturais

Dentre as vatagens do controle de pragas, podemos elencar 5 principais:

  • Menor impacto e menos chance de degradação da natureza;
  • Não ocorre contaminação residual dos alimentos;
  • Menor consumo de defensivos agrícolas;
  • Sem impacto negativo para a saúde humana;
  • Controle mais saudável dos inimigos naturais de pragas.

Cuidados que o manejo de inimigos naturais exige?

Confira dois cuidados que o manejo de inimigos naturais exige:

Manejo através do uso de culturas e plantios

A partir do momento em que você identificou de maneira correta quem são os inimigos naturais das pragas e qual a ação de cada um em específico, é preciso ter um cuidado ao saber como cultivá-los e quais culturas secundárias irão atraí-los. Assim é possível criar uma espécie de ‘’armadilha’’ para as pragas, facilitando a ação dos inimigos naturais.

Outra possibilidade de manejo é a de usar a estratégia de unir ao seu plantio principal, uma cultura vegetal que também garanta a presença dos inimigos naturais.

Manejo através de defensores agrícolas

Caso escolha utilizar agroquímicos e pulverização agrícola, prefira aqueles que sejam mais específicos ao agir e não comprometam os inimigos naturais presentes na lavoura.

Caso erre, pode arriscar comprometer todo seu manejo e ter o efeito inverso: o de superpopulação de pragas, que terão seu avanço estimulado pela falta de inimigos naturais. Por isso, todo cuidado é pouco com relação ao manuseio.

Inimigos naturais: fazendo a escolha certa

Agora ficou mais fácil entender porque o MIP tem feito cada vez mais parte do dia a dia da produção rural, não é? E os métodos alternativos para controle de pragas, em especial o que faz uso de inimigos naturais, têm se mostrado enquanto uma das principais tendências no agronegócio.

Aproveite para conferir nosso post sobre os tipos de percevejo e outros métodos para acabar com essa praga agrícola.

Conte com a gente para sempre trazer para você os principais acontecimentos e os melhores equipamentos no mundo do agronegócio, para te deixar ainda mais preparado. Até a próxima!

Referências e links relacionados:

[1] Guia para identificação de inimigos naturais em cultivos de hortaliças. Embrapa. Disponível em: https://www.embrapa.br/documents/1355054/1527012/2014-054_AGRISHOW_GUIA+INIMIGOS_BANNERS.pdf/468cf75e-a461-a4f6-ded8-45779abd0636

Agroecossistemas Orizícolas Irrigados: Insetos-praga, Imimigos Naturais e Manejo Integrado. Disponível em: https://digitalcommons.unl.edu/entomologyfacpub/898/

Manejo integrado de pragas em soja: impacto de inseticidas sobre inimigos naturais. Disponível em: http://www.biologico.agricultura.sp.gov.br/uploads/docs/arq/V70_1/batista.pdf

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