Como fazer uma análise de solo e interpretar os resultados

Todo produtor agrícola sabe que a qualidade do solo reflete diretamente na produtividade de sua terra. A adequação das condições deste solo é essencial para o plantio e germinação de sementes com os nutrientes necessários. Por isso, a análise de solo pode ser utilizada para diagnosticar e indicar a necessidade de correção do solo.

Para te ajudar nesse caminho de potencialização de plantio, a Capital do Campo irá responder os principais tipos de análise de solo, como coletar as amostras e interpretar os resultados. Continue a leitura e descubra como fazer o procedimento corretamente.

Quais são os tipos de análise de solo?

Fazer uma análise de solo é a forma mais confiável para examinar os aspectos de produtividade do solo. Se você possui dúvidas sobre qual tipo de análise precisará aplicar em seu terreno, confira o conteúdo a seguir:

homem segurando amostra de terra, com um caderno na mão

Análise química

Indicada para produtores que nunca adotaram o procedimento. A análise química é uma modalidade do procedimento que avalia amplamente os indicadores relacionados à nutrição do solo. A partir desse tipo de análise, é possível averiguar diversos aspectos do solo, como:

  • Parâmetros de fertilidade;
  • Condições químicas, físicas e biológicas;
  • Índice de macronutrientes e micronutrientes.

Análise física

Também conhecida como granulométrica, a análise física do solo é indicada para produtores já habituados com as características físicas do solo, como densidade, textura e porosidade. Além disso, com a análise física é possível definir quais cuidados devem ser tomados em relação aos seguintes pontos:

  • Níveis de erosão no solo;
  • Disponibilidade de água;
  • Porcentagem de argila, silte e areia.

Análise química da planta

Essa modalidade de análise química não é muito utilizada no Brasil. No entanto, é um procedimento muito interessante, pois torna possível diagnosticar doenças, pragas e toxinas a partir da planta e sua interação com o solo.

É importante destacar que cada tipo de análise de solo aponta resultados específicos e complementares. Por isso, um procedimento não anula o outro: eles são complementares! Definir a análise adequada dependerá das suas necessidades como produtor, além dos indicadores de produtividade do solo que será analisado.

Você sabe como utilizar defensivos agrícolas em sua propriedade devidamente? Conheça quais são as boas práticas de aplicação dos químicos no post!

Como fazer a análise de solo

Geralmente, a análise de solo ocorre em laboratórios especializados, porém, nem todos os locais habilitados irão oferecer o serviço da coleta do material para análise. É por isso que a Capital do Campo reuniu 4 etapas que vão te auxiliar no desenvolvimento de uma estratégia de coleta das amostras. Confira abaixo:

1. Escolha um período para coleta

Em culturas anuais, o momento ideal para realizar uma análise de solo é o período entressafra, que ocorre aproximadamente três meses antes do plantio das sementes. Já em culturas perenes, é recomendado analisar o solo após a colheita de sua safra.

Essa programação é crucial para receber o diagnóstico do solo com tempo hábil para tomar medidas de adequação do solo, como a neutralização da acidez.

2. Defina um local para coleta das amostras

Ao iniciar o procedimento de análise de solo, é indicado dividir a propriedade rural em glebas ou talhões de até 20 hectares. Essa segmentação de território precisa ser bem criteriosa, pois é a partir dela que será realizada a amostragem do solo analisado.

Para definir o local de coleta estrategicamente, lembre-se de considerar alguns critérios citados no Manual Internacional de Fertilidade do solo (IPNI), como os tipos de solo, cores, histórico de manejo, topografia e vegetação anterior.

3. Realize a coleta das amostras

Segundo a Cartilha de Uso Sustentável do Solo (MAPA)

“as amostragens devem ser feitas coletando-se amostras simples em 20 pontos ao acaso (caminhando em ziguezague) em cada gleba ou talhão homogêneo.

Misturando-se bem as amostras simples, obtém-se uma amostra composta, da qual separam-se mais ou menos 300 gramas, que deve ser acondicionada em saco plástico limpo […] junto com a etiqueta de identificação da amostra e a ficha de informações adicionais”.

Essa é a etapa mais crítica no processo de análise de solo, afinal, as amostras precisam ser retiradas da propriedade adequadamente.

No momento de coleta, separe as ferramentas manuais essenciais para a amostragem: será necessário utilizar uma pá ou trato, uma espátula ou faca e um balde para armazenamento da amostra de solo. Veja abaixo o passo a passo para a coleta das amostras:

  1. Inicie o processo fazendo a limpeza da gleba ou talhão escolhido;
  2. Perfure o solo com o auxílio de uma pá reta;
  3. Aumente o buraco com um enxadão até atingir 10 ou 20 centímetros de profundidade;
  4. Com uma lâmina reta, corte uma porção de 3 a 5 centímetros do solo;
  5. Separe as extremidades da porção de terra retirada;
  6. Continue o procedimento em ziguezague ao longo do terreno;
  7. Em um balde, misture manualmente todas as amostras coletadas;
  8. Retire uma porção 300 gramas da mistura e armazene cuidadosamente.

Eventualmente, é recomendado coletar amostras com até 60 centímetros de profundidade para verificar barreiras químicas, como a deficiência de cálcio, e físicas, como a compactação do solo.

4. Encaminhe a amostragem para um laboratório de confiança

Antes de enviar as amostras de solo para um laboratório, certifique-se de escolher um laboratório especializado, dando preferencia às opções localizadas em sua região.

Em geral, existem três tipos de laboratórios: governamentais/universitários, privados e industriais. Todos atuam de forma semelhante, porém, a escolha precisa ser meticulosa para que os investimentos e procedimentos de correção posteriores à análise sejam assertivos.

Como fazer a interpretação dos resultados da análise de solo

A interpretação dos resultados da análise de solo irá auxiliar na construção de um plano de adequação do solo analisado, possibilitando a correção de aspectos do solo, como sua acidez e fertilidade, além de apontar a necessidade dos processos de adubação e calagem da propriedade.

amostras de diferentes tipos de terra, me frascos no laboratório

É recomendado que essa interpretação seja realizada, preferencialmente, com o acompanhamento de um engenheiro agrônomo, profissional que irá garantir que os processos de correção do solo se sucedam da forma ideal.

Contudo, saber interpretar os resultados da análise de solo é muito importante, afinal, esse procedimento sempre estará presente na rotina de um produtor agrícola. Veja como interpretar os principais dados:

Acidez ativa (pH)

O termo “acidez ativa” se refere aos valores do pH do solo analisado e determina a concentração de íons H+ no solo. Quando os valores se variam do índice de pH recomendado, a produtividade das espécies cultivadas pode ser gravemente afetada. Isso significa que índices de pH ácido podem reduzir a presença de micronutrientes, como ferro, cobre e zinco no solo.

Nesse caso, a correção do pH do solo deve ser realizada considerando o índice recomendado de 6 a 6,5. Caso a análise de solo aponte dados muito distantes do recomendado, será necessário realizar um procedimento de calagem.

Calagem

A calagem é um procedimento de correção da acidez ativa do solo realizado com calcário. Uma de suas funções é a neutralização do alumínio (Al) e reposição de magnésio (Mg) e cálcio (Ca), que fortalece as plantas durante o crescimento, mas a calagem também atua aumentando a capacidade de troca catiônica (CTC), possibilitando a retenção de água no solo.

Para realizar o procedimento, você precisa definir a dose e o tipo de calcário utilizado. Isso deve ser calculado considerando o tipo de cultura que será plantada na propriedade e o poder relativo de neutralização total (PRNT).

Você sabe quais são os benefícios da calagem? Descubra mais sobre o procedimento no blog!

Adubação

Caso o resultado da análise de solo apresente carência nutricional, será necessário realizar a adubação no local, considerando a cultura e o histórico de manejo da área analisada. Esse processo é crucial para garantir que todos os nutrientes necessários, como o nitrogênio, fósforo e potássio, estejam disponíveis para a planta na medida correta.

Você já ouviu falar sobre a adubação verde? Aprenda como funciona essa estratégia que potencializa a fertilidade do solo.

Aprender a interpretar as carências apresentadas pelo solo de sua propriedade, assim como quais decisões devem ser tomadas considerando a finalidade de correção do solo é o ponto de extrema importância para ter sucesso no plantio de qualquer safra. Continue acompanhando o blog Capital do Campo para aprender tudo sobre o agronegócio!

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