O que é o solo, afinal? Todo o material formado na superfície terrestre, que atravessa todos os continentes, e é capaz de abrigar vida vegetal e animal, é considerado como Solo. O solo pode apresentar diferentes características, propriedades físicas e químicas, e pode ser afetado pelas condições ambientais de cada região do planeta sendo extraordinariamente variado e heterogêneo.
Formado basicamente de silício, hidrogênio, oxigênio, alumínio e magnésio, os diferentes tipos de solo também podem apresentar características distintas, como espessuras, cores, minérios, rochas, declives e vegetação natural. Elas também podem ser transformadas devido a intervenção humana, como em atividades agrícolas, por exemplo.
Sendo assim, os solos podem ser arenosos, vermelhos, amarelos, cinza esbranquiçados, ricos ou pobres em matéria orgânica e espessos ou rasos. Dentre eles também temos o solo argiloso, que falaremos mais sobre a seguir.
As características do solo argiloso
Também conhecido como solo pesado, o solo argiloso é composto por mais de 30% de argila, alumínio e ferro e tem como característica a terra úmida, macia e uma coloração avermelhada. Considerando que esse tipo de solo absorve muita água, durante os períodos de chuva ele acaba ficando excessivamente encharcado e durante os períodos de seca, excessivamente duro e cheio de rachaduras. No segundo caso, de terra seca, ao desenvolvimento de vegetação, seja natural ou de plantio, acaba sendo prejudicado.
A terra argilosa apresenta características muito específicas como grãos pequenos e compactos, ou microporos, superfície impermeável a líquidos, grande concentração de nutrientes, pouca acidez, maior resistência a erosões e são muito propícias para o cultivo e atividade agrícola. Fora da agricultura, o solo argiloso é muito usado na produção de cerâmicas, como telhas e tijolos.
Os tipos de solo argiloso
No Brasil existem ao menos quatro tipos de solo argiloso espalhados por todas as regiões do país. Os dois mais comuns são o massapé e a terra roxa, sendo os outros dois solo chernossolo e solo vertissolo.
Terra roxa ou nitossolo
De tonalidade altamente avermelhada, esse tipo de terra é muito comum nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, no sul e sudoeste de Minas Gerais e em todo o sul e leste de Mato Grosso do Sul. Essas regiões tem uma alta produção agrícola, sendo muito comum a sua utilização no plantio de café durante o fim do século XIX.
Chernossolo
Esse tipo de solo apresenta alto nível de matéria orgânica e alta fertilidade de produção e corresponde a cerca de 0,5% do território nacional.
Massapé
De cor muito escura, esse tipo de solo é natural das regiões litorâneas do nordeste brasileiro e apresenta alta fertilidade de nutrientes e uma elevada presença de argila formada pela decomposição de granito em sua composição. Muito usado no cultivo de cana-de-açúcar e café ainda hoje.
Vertissolo
Também apresenta baixa permeabilidade e alto nível de fertilidade química relacionado principalmente aos calcários e sedimentos argilosos ricos em cálcio, magnésio e rochas básicas, além de ser composto por menos da metade de argila.
A importância da análise de solo
Um dos recursos de produção e investimentos mais importantes do Brasil é certamente seu solo, já que fornece, entre outros, produção vegetal para alimentação. Como parte de um sistema de preservação de solo, as análises e manejos de solo fazem muita diferença na garantia de uma boa produtividade e conservação da área de plantio.
Uma das mais importantes etapas relacionadas ao plantio é a análise de solo, feita antes de qualquer outro tipo de trabalho na terra. Após uma análise efetiva e detalhada é possível determinar qual o melhor tipo de cuidado deve ser feito na área e que tipo de correção será necessária.
Em geral, áreas de solo argiloso acabam necessitando de maior nível de correção que outros tipos de solo, sendo preciso maior quantidade de adubo, por exemplo. Ainda sim, essas áreas acabam tendo menos esgotamento de nutrientes. Ainda que o investimento para ajuste da terra seja maior, os intervalos de tempo em relação a manutenção do solo também aumentam, não sendo necessário frequentes análises ao longo do tempo.
O manejo do solo argiloso
Como já dito, o solo argiloso absorve e retém muita água devido a impermeabilidade (cálcio presente no calcário) de sua estrutura e superfície, sendo assim, para o tratamento adequado do solo é preciso melhorar sua estrutura orgânica equilibrando alguns pontos como drenagem e disponibilidade de água e nutrientes para as plantas.
Adicionar matéria orgânica renovada à cobertura, ou seja, o tratamento através da adubação, ou mesmo incrementar o material orgânico com calagem do solo ainda no preparo da terra são opções muito válidas e muito utilizadas. O método ajuda a corrigir a acidez do solo, e com a ajuda extensiva de adubação, claro, a quantidade de nutrientes no solo vai permitir o plantio de culturas como milho, soja e trigo.
Entender e compreender como determinar quaisquer tipo de necessidades de ajuste que o solo argiloso venha a precisar é de suma importância para garantir um bom plantio de cultura e essencial para a manutenção e preservação do solo. Acompanhe o blog Capital do Campo todos os assuntos mais importantes e pertinentes do mundo agro e confira mais dicas toda semana!