O desejo de todo agricultor é realizar a colheita de seu cultivo integralmente e com qualidade. Mas existe um inimigo que pode atrapalhar esse plantio, estamos falando das pragas. Existem diferentes espécies que representam riscos significativos à saúde da sua produção.
Neste conteúdo, esclareceremos as principais dúvidas sobre esse tema, além de mostrar como realizar o controle delas na lavoura. Continue navegando em nosso post para saber como eliminar as pragas seguramente!
O que é considerado praga agrícola?
Segundo o Emater, em geral, as pragas podem ser divididas em três grupos: animais, microrganismos e vegetais. É possível caracterizarmos esse acontecimento como espécies que dificultam a colheita total e saudável das plantas, comprometendo o cultivo com um todo.
Os insetos são os que mais causam dor de cabeça aos produtores, pois se alimentam do plantio, reduzindo a qualidade e a produtividade das plantações. Eles podem variar de tamanho para cada espécie — possuem um potencial gigantesco de causar prejuízos.
Atualmente, a tecnologia ajuda no campo, colaborando com diferentes maneiras para combater essas espécies. Uma alternativa muito conhecida são as substâncias químicas conhecidas como defensivos agrícolas.
Quais fatores contribuem para gerar esse cenário?
Existem alguns cenários que facilitam a aparição de pragas na agricultura, saiba quais são:
- Plantio em estações propícias ao ataque das espécies;
- Não rotacionar culturas em agroecossistemas;
- Realizar plantações de variações que favorecem a aparição;
- Fazer o plantio direto;
- Não fazer medidas de controle no início do cultivo;
- Plantio em locais favoráveis às pragas;
- Fazer uso incorreto de praguicidas;
- Adubação inadequada do solo.
O rotacionamento de cultura, aliás, é de grande importância para a preservação do solo, fazendo aumentar a produção saudável — além de promover a diversificação de renda.
Esses fatores são decisivos para a aparição de espécies prejudiciais à lavoura. Agora que você já compreendeu o que são e os cenários que favorecem a aparição de pragas, conheça os tipos mais comuns:
Os 6 insetos mais comuns na agricultura
No Brasil, é comum ataques de insetos nas plantações, reduzindo a produtividade e também a qualidade dos itens coletados. É importante usar artifícios de controle, como os pulverizadores.
Mas, antes de iniciar o combate, é preciso entender com qual espécie você está lidando. Por isso, separamos as mais comuns:
1. Lagarta – Helicoverpa (Helicoverpa armigera)
A lagarta Helicoverpa teve registros oficiais de ataque em 2013, após ataques expressivos a plantações. Esse tipo é considerado emergente e com potencial de danos em diversas culturas, ataca principalmente em lavouras de soja, algodão, feijão e milho.
Em geral, a identificação da lagarta no campo é bastante dificultada devido à similaridade dela com outras espécies, como a Helicoverpa Zea e a Heliothis Virescens. Seus estágios imaturos de desenvolvimento alimentam-se principalmente dos ramos, flores e cápsulas da semente.
2. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
A lagarta-do-cartucho está presente em praticamente todas as culturas de milho e pode ser encontrada tanto na safra quanto no período de safrinha.
O ataque à planta ocorre desde sua emergência até a formação das espigas. Sua identificação é feita a partir da observação de folhas raspadas e perfuradas, espigas danificadas e cartuchos destruídos, principalmente na fase próxima do florescimento. A lagarta também é um dos maiores facilitadores de ataques de patógenos.
3. Pulgões ou afídeos (Hemiptera, Aphididae)
A extensão dos prejuízos causados pelo pulgão às plantas é, basicamente, o declínio rápido em decorrência da seca que eles causam nos galhos. Sempre a partir das extremidades, podendo ser observados principalmente nas folhas amareladas ou pelas manchas necrosadas — na face superior da planta.
Identifique os pulgões por meio de suas características físicas. Afinal, o inseto apresenta tamanho médio de 1,5mm a 3mm, corpo mole e piriforme e antenas bem alongadas.
Vivem costumeiramente sobre as plantas, em pequenas colônias formadas por fêmeas adultas aladas e ápteros, mas também por ninfas de tamanhos variados.
4. Mosca Branca (Aleyrodidae)
Encontrado em todo o mundo, a mosca-branca consegue se adaptar facilmente a diversas regiões ao redor do mundo. Pode ser encontrada em algumas plantas ornamentais como o bico-de-papagaio, mas sua maior preferência de alimentação são principalmente de lavouras como:
- Algodão;
- Brócolis;
- Couve-flor;
- Repolho;
- Abobrinha;
- Melão;
- Chuchu;
- Melancia;
- Pepino;
- Berinjela;
- Fumo;
- Pimenta;
- Tomate;
- Pimentão;
- Soja;
- Uva.
Esse é um inseto que pode causar diversos danos às plantações, sejam eles diretos ou indiretos. Quanto aos diretos, às plantas sofrem descoloração ou manchas foliares. Já os indiretos acabam sendo vetores de doenças por toda a plantação.
Identificar esse tipo de inseto na lavoura é uma tarefa relativamente fácil. Por exemplo, a mosca-branca possui corpo amarelo pálido e asas brancas. O ciclo de vida dura entre 38 e 74 dias. As fêmeas da espécie conseguem colocar entre 100 a 300 ovos durante todo seu período de vida — se espalhando rapidamente.
5. Córos (Larvas de Besouro)
Essas larvas são constituídas de uma diversidade grande de diferentes espécies de besouros. Normalmente, atacam gramados e culturas em determinadas fases de desenvolvimento.
Se alimentam diretamente das raízes gramíneas, que vão ficando cada vez mais fracas e amareladas durante o processo e até a sua morte. O aparecimento desses insetos pode ser notado pelo surgimento de manchas escuras espalhadas de forma irregular por todo o gramado.
6. Percevejo marrom (Euschistus heros)
Os percevejos são pragas de alta incidência por toda a região de agricultura brasileira, sendo mais comuns durante os climas quentes. Sua proliferação pode ocasionar danos irreversíveis às culturas. Isso ocorre porque eles se alimentam através da sucção dos grãos de soja, gerando uma redução significativa na produção e na qualidade das sementes.
Seu controle deve ser feito através da utilização alternada de produtos, quantidades e variações de herbicidas, pois essa espécie é resistente a certos produtos que contenham ativos organofosforados ou ciclodenos (endossulfan).
Aproveite para se aprofundar neste assunto, temos um conteúdo completo sobre os 5 tipos de percevejos e como acabar com essa praga agrícola.
Como combater as pragas na agricultura?
Use a tecnologia como sua aliada na hora de controlar as pragas no campo. Atualmente, existem diversos métodos de alta eficácia para cumprir essa função — inclusive opções econômicas e sem agredir o meio ambiente.
Entre os mais usados hoje em dia estão:
- Controle biológico sustentado pelo uso direto de predadores naturais sobre as pragas. Neste processo, são usados outras espécies de insetos (parasitóides, fungos, bactérias e baculovírus) como uma forma efetiva de lidar com as pragas. Trata-se de um método seguro ao meio ambiente.
- Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um conjunto de boas práticas agrícolas que monitoram as populações de insetos nas lavouras, combinando outros métodos e estratégias de controle. Visa, também, evitar maiores danos econômicos.
- Métodos culturais utiliza de práticas agrícolas diretamente no cultivo das plantas para o controle efetivo das pragas.
- Controle químico é a pulverização de químicas que causam mortalidade no controle de pragas.
- Controle mecânico aplica técnicas através de maquinário para a eliminação direta das pragas.
- Controle físico emprega métodos como fogo, drenagem, inundação, temperatura e radiação eletromagnética para o controle das pragas.
Como você pôde perceber, existem diversos tipos de pragas no campo, sendo as principais as espécies de insetos que possuem grande potencial de propagação em sua lavoura. É importante manter uma rotina de cuidados com a terra e, principalmente, utilizar a tecnologia com sua aliada.
Alguns métodos para inibir os ataques são os defensivos agrícolas e a pulverização, por isso, te convidamos a conhecer mais sobre os tipos de bicos para pulverização.