Adubação verde: por que ela é uma boa opção?
Com os diferentes métodos de cultivo agrícola e a aplicação de agrotóxicos e fertilizantes em solos destinados ao plantio de culturas, alguns problemas de escassez de nutrientes na terra podem surgir ao longo do tempo. Esses defensivos conseguem, por algum tempo, causar uma melhora significativa no solo, ainda sim, acabam prejudicando significativamente as principais características da terra quando usados a longo prazo.
Esse efeito de perda nutricional é causado pelo escoamento dos minerais e nutrientes até os mananciais fazendo com que o solo se torne pobre e inefetivo para produção de cultivos futuros. O método de adubação verde é uma das melhores opções para trazer de volta ao solo as condições favoráveis de produção.
Essa técnica consiste basicamente em reaver o equilíbrio nutricional do solo a partir da utilização da rotação de culturas e é uma das mais benéficas para a agricultura, trazendo múltiplas vantagens em seu uso, além de ser um dos principais incrementos na melhoria de fertilização do solo.
Para ajudar a entender melhor quais são seus benefícios e vantagens de aplicação, o Capital do Campo preparou esse artigo explicando de maneira detalhada quais são as etapas e como a utilização desse método pode te ajudar a ter uma produção agrícola mais efetiva.
O que é adubação verde?
A técnica de adubação verde é uma das mais antigas utilizadas na agricultura e tem como objetivo promover a reciclagem de nutrientes através do plantio intermediário de plantas específicas como, leguminosas e gramíneas, ou seja, com a utilização da rotação de culturas. Essas espécies são excelentes para tornar o solos degradados e pobres mais férteis, tanto antes dos plantios quanto após as colheitas. A técnica é altamente recomendada por permitir sua utilização na agricultura em geral.
Em suma, a adubação verde utiliza o tempo de descanso de uma cultura para a outra a fim de estabelecer uma cobertura de solo adequada às plantas. Durante esse período, enquanto a terra está desestabilizada e inadequada, essas espécies de planta de cobertura servem para revitalizar o solo, incorporando a ele seus nutrientes e restabelecendo as condições necessárias para o próximo plantio de cultura.
Por formarem sobre o solo uma adubação de cobertura ideal, a técnica consegue tratar diversas doenças e problemas que poderiam ocorrer ainda durante as fases das plantações, criando assim um escudo de proteção apropriado contra enfermidades e destruição. Certamente uma estratégia de preservação e reparação altamente recomendada!
Como funciona a adubação verde?
Como já dito, a técnica tem a capacidade de melhorar e elevar a fertilidade do solo. Esse tipo de adubação consegue trazer maior fertilidade através da mobilização dos nutrientes contidos em camadas profundas da terra até sua superfície. Com isso a disponibilidade de nutrientes aumenta criando um ambiente perfeito para o próximo cultivo.
Ao absorver esses nutrientes, ocorre uma redução drástica na perda por lixiviação se tornando uma das melhores e mais viáveis maneiras de amenizar os impactos da agricultura no solo, além de fornecer maior sustentabilidade ao sistema de produção e retorno econômico.
Outro detalhe importante são os fatores de temperatura variável em terras brasileiras. A variação térmica pode, e deve, ser usada a favor da aplicação da adubação verde. Regiões de temperaturas mais altas aceleram a decomposição dos resíduos orgânicos do adubo aplicado, oferecendo ainda mais vantagens nutricionais aos cultivos futuros.
Basicamente, esse aumento de temperatura, consequentemente a aceleração na decomposição dos resíduos, permitem a reposição de nitrogênio no solo, quanto mais nitrogênio disponível na terra para a planta absorver, maior é a biomassa vegetal disponível. É uma ótima forma de substituir produtos químicos.
Quais as plantas ideais para a utilização na rotação de culturas?
Vale a pena ressaltar um pouco mais sobre as duas formas de adubação verde envolvendo o plantio de leguminosas e gramíneas pois, cada uma delas oferece vantagens específicas de nutrição ao solo e favorecendo a terra conforme a necessidade.
Ao serem escolhidas as leguminosas, a expectativa é de que o processo de mineralização do solo seja acelerado para aumentar a disposição de nitrogênio devido a sua decomposição mais rápida. Entre elas estão o Feijão-de-Porco (Canavalia ensiformes) e a Ervilhaca Comum (Vicia sativa).
No caso das gramíneas, devido a sua decomposição mais lenta, acabam criando uma cobertura residual mais estável com grande capacidade de reciclar todos os nutrientes do solo e retendo água que seria escoada e lavada utilizando produtos químicos. Entre elas estão a Aveia Preta (Avena stringosa) e o Milheto (Pennisetum glaucum).
É possível associar as duas técnicas, ou mesmo com uma adubação orgânica para tornar a qualidade do solo maior.
As vantagens na utilização da adubação verde
- Evita o desenvolvimento de plantas daninhas, pragas e doenças;
- Diminuição considerável de perda hídrica;
- Redução do manejo na descompactação do solo;
- Maior teor de matéria orgânica e produção de ácidos orgânicos;
- Aumento considerável de nutrientes e na microbiota benéfica do solo;
- Diminuição no teor alcalino e maior absorção de fósforo;
- Maior capacidade de mobilização de nutrientes lixiviados e ciclagem de matéria orgânica.
Adubação verde e adubação sistémica!
Mesmo sendo ideal na preservação nutricional do solo, a adubação verde precisa ser associada a outras técnicas de cultivo para se manter relevante ao solo. A principal delas é a adubação sistémica que promove maior equilíbrio na qualidade de uma produção agrícola. Para que as duas técnicas sejam aplicadas de maneira correta é necessário a realização de uma análise de solo adequada garantindo que a reconstituição do solo seja plena.
A adoção do métodos de adubação verde é um dos mais satisfatórios e adequados para a devolução, cuidado, manutenção das qualidades nutricionais do solo, ajudando não somente em sua recuperação, mas também melhorando todos os atributos físicos, biológicos e químicos da terra.
É uma maneira ideal de melhorar a produtividade com redução de custos significativos e ainda colaborar com a sustentabilidade ambiental.
Obrigado pela leitura e aproveite sua presença para explorar e descobrir muito mais sobre as técnicas, preparos, produção e tudo mais que envolve o mundo do agronegócio aqui no blog Capital do Campo!