Defensivos agrícolas: conheça as boas práticas de aplicação

Defensivos agrícolas: 4 boas práticas para aplicação

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de 40% da produção agrícola pode ser perdida no mundo por conta do ataque de pragas. São muitas ameaças durante o plantio e também durante o transporte e armazenamento dos produtos.

O uso de defensivos agrícolas vem, então, para fazer o controle dessas ameaças e garantir que os produtos cheguem com mais qualidade nas mesas. Entretanto, se a aplicação desses defensivos não for feita corretamente, os produtores rurais podem ter prejuízos incalculáveis para a produção, para o ambiente e na mesa dos consumidores.

Por isso, neste artigo você vai entender o que são defensivos agrícolas e aprender algumas boas práticas para garantir bons resultados com a aplicação de defensivos agrícolas. Boa leitura!

O que são defensivos agrícolas?

Os defensivos agrícolas nada mais são do que substâncias ou misturas químicas que são usadas para combater pragas que podem prejudicar e impedir o cultivo do solo, o armazenamento, conservação e transporte da produção feita neste solo.

Também conhecido como agrotóxicos, os defensivos agrícolas são extremamente importantes para a prática agrícola, justamente por terem um papel indispensável para garantir que alimentos de qualidade possam chegar às mesas dos consumidores à preços acessíveis. Não deixe de ver nosso artigo que fala sobre a importância dos agrotóxicos para produção de alimentos de qualidade.

Qual a diferença entre agrotóxicos e defensivos agrícolas?

Essa é uma dúvida muito comum e, na verdade, não há uma diferença real entre os dois termos. As duas formas de nomenclaturas representam os produtos químicos que são responsáveis pelo controle de pragas nos cultivos.

O termo agrotóxico é utilizado apenas no Brasil e foi adotado pelo governo federal, na Lei dos Agrotóxicos, que foi publicada em 1989. A nomenclatura “agrotóxico” é considerada negativa no setor produtivo, então o termo defensivo agrícola é o que mais se adequa e traduz a funcionalidade dos produtos que combatem pragas.

O que são fertilizantes e defensivos químicos?

Uma dúvida bastante comum é a relação entre fertilizantes e defensivos agrícolas. É muito natural que as pessoas confundam e achem que os dois produtos tem a mesma funcionalidade.

Os fertilizantes são produtos químicos usados para nutrir e elevar o potencial de produção da planta. Já os defensivos agrícolas, como mencionamos, tem a função de proteger as plantas do ataque de pragas e demais ameaças, o que garante o potencial de produção que os fertilizantes dão às plantas.

Defensivos agrícolas: boas práticas de aplicação

Como adiantamos no início do post, os defensivos agrícolas existem para garantir a segurança das lavouras contra diversos tipos de pragas que podem prejudicar o processo de plantio e colheita, trazendo prejuízos enormes para produtores agrícolas e, consequentemente, para o consumidor final.

Mas o uso de defensivos agrícolas exige responsabilidade na hora da sua aplicação e se faz necessária a adoção de boas práticas para fazer a aplicação de modo a garantir a segurança alimentar, a segurança do produtor rural e a eficiência da operação, sem prejuízos. Veja a seguir algumas medidas de boas práticas para aplicar defensivos agrícolas:

1 – Garantir a segurança

Como os defensivos agrícolas são feitos de vários compostos químicos tóxicos, é importante prezar pela segurança no momento da aplicação, para evitar a exposição desnecessária de pessoas e alimentos aos elementos químicos.

O uso de EPI’s (equipamentos de proteção individuais) são obrigatórios por lei durante todo o processo de manuseio dos defensivos agrícolas, desde o preparo, transporte, até a aplicação. Os principais componentes exigidos são:

  • Boné árabe;
  • Viseira Facial;
  • Respirador;
  • Jaleco;
  • Avental;
  • Luva;
  • Calça;
  • Botas.

Além da segurança do profissional, uma outra boa prática é garantir a segurança alimentar. Para isso, é preciso seguir as orientações do engenheiro agrônomo em relação à quantidade certa de aplicação e também o prazo entre a aplicação e o consumo do produto, para não prejudicar a lavoura e causar danos. Por exemplo, o excesso de defensivos agrícolas pode deixar resquícios nos produtos e a subdosagem pode gerar mais resistência das pragas e estragar todo o plantio.

2 – Escolher o produto certo

Existem diversos tipos de defensivos agrícolas, cada um com uma aplicabilidade específica para o tipo de alvo à controlar. Dessa forma, eles são divididos em algumas categorias, os conhecidos 5 tipos de defensivos agrícolas são:

  1. Inseticida, para combater insetos;
  2. Acaricida, para combater ácaros;
  3. Fungicida, para combater fungos;
  4. Nematicida, para combater nematóides;
  5. Herbicida, para combater plantas daninhas.

Além dessa classificação, outro ponto para auxiliar na escolha do produto certo é entender o grau de classificação toxicológica dos produtos agrícolas, que os classifica do mais tóxico aos pouco tóxicos.

A PORTARIA Nº 03, DE 16 DE JANEIRO DE 1992, do Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância Sanitária (BRASIL, 1992) estabeleceu os critérios para a classificação toxicológica dos defensivos tóxicos:

  • Classe I – Produtos Extremamente Tóxicos;
  • Classe II – Produtos Altamente Tóxicos;
  • Classe III – Produtos Medianamente Tóxicos;
  • Classe IV – Produtos Pouco Tóxicos.

Baseado nessas classificações, uma boa prática na hora da aplicação de defensivos agrícolas é dar preferência a produtos que causam menos danos à saúde humana e ao meio ambiente, dando foco para os que têm uma ação mais específica para a praga que você queira controlar e usando as concentrações indicadas, evitando exposições muito prolongadas ao produto.

A legislação é bem firme e regulamenta quais defensivos são usados em cada cultura, bem como sua dosagem (mínima e máxima). Além disso, ela também determina que a compra de defensivos agrícolas só pode ser feita com um receituário agronômico, ou seja, consultar um agrônomo é obrigatório por lei.

3 – Fazer um bom planejamento

Ter um bom planejamento para a aplicação de defensivos agrícolas é fundamental para evitar problemas no desenvolvimento das plantas e na produtividade em geral da lavoura.

É preciso antes de tudo fazer uma pesquisa e identificar corretamente as pragas e doenças presentes na lavoura e, em seguida, fazer a seleção de quais serão os defensivos agrícolas que atuarão diretamente contra esse problema.

Além desses pontos, é importante identificar o nível de dano econômico (NDE), que nada mais é do que identificar quais os danos que essa praga podem trazer ao plantio. Esse dado é importante para verificar se vale mais a pena conviver com a praga com baixo nível populacional, do que fazer um grande investimento para fazer o controle.

4 – Cuidar do processo de pulverização

Durante a aplicação dos defensivos agrícolas é preciso tomar diversos cuidados, evitando ao máximo a exposição de pessoas, animais e ambientes aos compostos químicos. Além disso, neste momento muitos erros humanos podem causar o desperdício de produtos e trazer consequências e prejuízos financeiros e ao ambiente. Para entender mais sobre, leia nosso artigo que traz 8 erros comuns na pulverização agrícola.

Atividades como regular bem o pulverizador, fazer a manutenção e limpeza dos equipamentos, respeitar as condições climáticas (velocidade do vento, temperatura, umidade do ar, etc) para evitar evaporação e perdas de produtos, são algumas boas práticas que garantem a efetividade da aplicação. Recomendamos a leitura do artigo “O que é fundamental na pulverização agrícola” para ver, passo a passo, as boas práticas para te ajudar neste processo.

Como evitar a contaminação do solo por agrotóxicos?

É necessário estar muito atento à pulverização correta dos defensivos agrícolas, para evitar problemas de contaminação. Deve-se evitar a aplicação em condições com muito vento e em momentos mais quentes do dia, pois os produtos podem evaporar facilmente ou serem espalhadas pelo vento, facilitando o transporte para fora da plantação e podendo, assim, contaminar rios, lagos, moradias e outras plantações.

Outra forma de evitar a contaminação é evitar a pulverização em dias de chuva muita intensa, que facilita a contaminação do solo, águas subterrâneas, rios, lagos e açudes.

Por fim, é importante que não se lave embalagens, bombas ou tanques em rios, lagos e açudes, para que os resíduos não se espalhem e contaminem as águas. Preste atenção também no descarte correto das embalagens dos produtos utilizados.

Gostou das nossas dicas? Esperamos que sim! Continue acompanhando nosso blog para ter mais informações. Até o próximo post!

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